Direção Lambert Blum
A história de um revolucionário russo que escreve uma carta para sua mulher pouco antes de ser executato. Ela,porém,recebe a carta apenas 55 anos depois e só então pode responder a seu esposo.
Em 1938, pouco antes de ser executado, o revolucionário russo Nicolai Bujarin escreve uma carta para sua mulher Anna. Esta carta chegará às mãos de sua destinatária apenas 55 anos mais tarde e somente então Anna poderá dar uma resposta a seu marido assassinado.
Este homem rebelde, a quem Lenin definiu como “O Predileto do Partido” e que mais tarde foi eliminado por Satalin, era um amante de piadas de duplo sentido... e também um amante de borboletas.
O espetáculo conta a história de amor de Nicolai e de sua jovem amante Anna; e também a história de um revolucionário. Um espetáculo que trata de amor, de revolução e... de borboletas.
Nicolai Ivanovich Bujarin.
Foi um dos principais expoentes da revolução de outubro, mais tarde membro do Comitê Central e principal teórico do Partido Comunista Russo. Bujarin foi uma das vítimas da velha guarda bolchevique, que depois dos clamorosos processos de Moscou foram liquidados pelo regime Stalinista.
“...Como pode pretender Norberto que eu, Nicolai Bujarin, 55 anos de execução, suba em um palco para falar de borboletas? Eu sou um revolucionário, não apenas um amante..."
"...Nada é mais extraordinário do que essa metamorfose que transforma uma larva de aspecto repugnante em uma belíssima borboleta”
“... Os seres humanos nem sempre conseguem libertar-se de sua velha pele. Entre eles esta fantástica metamorfose acontece raramente..."
"...No futuro políticos, historiadores, filósofos, e hoje também um ator, buscarão resposta a esta pergunta... Porque permiti que me assassinassem?... "
Sozinho em cena, Norberto criou o texto a partir dessas pesquisas e de improvisações, contando com o diretor Lambert Blum para finalizar o espetáculo. A parceria com Blum iniciou-se com a montagem das peças "Malinche" e "Vivir Aqui", que, como em El Predilecto de Los Lepidópteros, partem de realidades concretas para inventar mundos teatrais e poéticos, capazes de tocar, através de um fato longínquo, as pessoas de hoje.
“De qualquer forma e qualquer que seja o veredicto,
vou ver-te depois do processo, poderei apertar-te
as mãos e beijá-las. Até logo, meu amor. Teu Nicholaj”.
(15 de janeiro de 1938)
“Tchau, Nicholaj! Quero dizer-te que jamais
me arrependi de ter ligado a minha vida à tua.
Esquecer-te é impossível. A tua Annuuschka.”
(20 de julho de 1992)
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